Ontem, às 6h45 da manhã (hora portuguesa) já o alarme tocava no número 155. Sem grandes delongas desliguei o despertador, saltei da cama e arranjei-me; meia hora depois, a casa estava vazia.
Depois de entregar a mala (17 kg), de o meu pai tirar as fotos da praxe e de o meu irmão dar algumas indicações, estava pronta para me fazer à aventura; eram cerca de 8h20 quando nos despedimos – depois do último adeus, encontrei-me com o André e apressámo-nos a procurar o caminho que nos daria acesso à porta de embarque. Para nosso espanto, as filas eram extremamente longas. Como sempre me disseram, “a tropa manda desenrascar”; assim sendo, ao reconhecermos algumas alunas da Nova no início de uma das filas, apressámo-nos a meter conversa e a deixar para trás cerca de 100 pessoas, com a mesma naturalidade com que nos juntamos ao pessoal na fila do bar, depois de deixarmos as mochilas em cima de uma mesa. Eu sei, não é bonito; mas é das tais coisas, tinha mesmo que ser.
Depois de secarmos e secarmos e secarmos e mostrarmos os computadores e todos os conteúdos dos nossos bolsos, acabámos por chegar à porta de embarque (nº 18) três minutos antes das 9h – naturalmente, tivemos que esperar que esta abrisse. Pouco depois informaram que o voo se encontrava 25 minutos atrasado. O costume.
Quando, por fim, chegámos ao autocarro, ainda tive tempo de reconhecer uma antiga colega do Ensino Básico que já não via há cerca de um ano e que vinha agora de férias a Copenhaga. Por volta das 9h33 lá conseguimos entrar no avião (voo TP504) e 31 minutos depois, descolámos (44 minutos mais tarde do que estava, inicialmente, previsto).
Depois de uma viagem tranquila (fora os pontapés nas costas da minha cadeira) e de um almoço vagamente razoável (empadão de carne com puré de batata, onde a quantidade de carne era três vezes maior do que na Nova, e a de puré metade…), aterrámos em Copenhaga às 14h23, hora local (mais uma que em Portugal), dando de caras com 18 graus de temperatura e uma chuva miúda. Assim que foi possível, fomos de uma ponta à outra do aeroporto para então nos dizerem que afinal não tínhamos que fazer check-in; posto isto, voltámos praticamente todo o caminho para trás, até chegarmos à nossa zona de embarque. Com isto passou-se uma hora (o aeroporto é realmente grande), e às 15h27 gastei as minhas primeiras coroas num Nestea de limão (um ponto negativo por não haver Ice Tea) e numa sandes de salmão fumado (not that bad).
Com o embarque 8 minutos mais tarde do que estava previsto, deu para ver que, afinal, na Dinamarca também há atrasos (mesmo que pouco significativos). Ao contrário do que aconteceu em Lisboa, não tivemos que entrar num autocarro para chegar ao avião. Fomos pelos nossos pezinhos, a caminhar calmamente, durante uns longos… 20 metros.
Descolámos às 16h28, fizemos uma viagem de 21 minutos, saímos do avião às 16h55 e 5 minutos depois já estávamos a abandonar o aeroporto, juntamente com a nossa bagagem (parece mesmo Lisboa…).
Por fim lá apanhámos o airport shuttle (95kr) e em cerca de 45/50 minutos chegámos ao centro de Aarhus, onde nos encontrámos com o nosso mentor, André (rapaz holandês que estuda na ASB). Em Aarhus, contra o que acontecia na capital dinamarquesa, “was rainning cats and dogs”.
Assim que saímos do autocarro, encaminhámo-nos para a Seven Eleven mais próxima e comprámos um bilhete de 10 viagens de autocarro para os próximos dias – ao contrário do que acontece em Portugal, marcamos o cartão assim que entramos no autocarro e podemos entrar e sair as vezes que quisermos, durante duas horas, sem ter que voltar a marcar uma viagem.
De seguida, andámos uns 5/10 minutos a pé até chegarmos à paragem do nº 14, que nos levaria (em teoria) à residência. E esta, sim, foi uma viagem atribulada. Depois de cerca de meia hora de autocarro, metemo-nos pelo meio do nada (ou assim parecia, visto que aqui tudo é verde e com ar florestal, intocável, natural). É de notar que chovia a potes, e que ao fim de 5 minutos já estávamos encharcados até aos ossos… Andámos, andámos, andámos, voltámos para trás umas duas ou três vezes, demos a volta a praticamente toda a residência (que é enorme, já agora), tentámos abrigar-nos da chuva numa altura em que pouca diferença fazia, porque mais molhados era impossível ficar, e, por fim, a escorrer água e a pingar tudo à nossa volta, conseguimos chegar ao 128.
Depois de deixarmos as malas de qualquer maneira nos quartos (1 e 2), foi tempo de reunir na sala comum para alguns esclarecimentos com o André (holandês). Entretanto conhecemos uma rapariga dos EUA (quarto 9), cujo nome, naturalmente, já esqueci.
Assim que nos despachámos, dissemos adeus ao nosso mentor e fomos ao super-mercado (que fica dentro da residência, a coisa de 1 minuto dos nossos dormitórios). Comprámos mantimentos para a noite e para a manhã seguinte, e voltámos aos quartos. Aí pudemos finalmente tomar um banho quente e livrar-nos da sopa em que a nossa roupa estava.
Depois de petiscar qualquer coisa, foi tempo de organizar o quarto. Secretária, cadeira, mesa de chá (?!), candeeiro e, claro, cama. Posto isto, voltei até à sala comum, onde conheci mais quatro raparigas (vocês conhecem-me, nomes não são o meu forte…). Não desfazendo as outras, neste momento lembro-me que uma se chama Abby (EUA) e outra Anne ou Hannah ou coisa do género…
Assim que nos despedimos todos, vim dar um jeito final ao quarto. Roupa arrumada no armário, cama feita, secretária organizada. Impecável. Não esperem que isto se mantenha assim por muito tempo.
7 comentários:
Há quem diga que os velhos são chatos, sempre a dar palpites.
Imaginar-te molhada que nem um pinto eleva-me ainda mais a auto-estima, já de si bastante alta, e dá-me cá uma vontade de rir que nem te conto.
Essa conversa é toda muito bonita, mas a malta quer é fotos!!!! :P*
(Fiquei curiosa com a mesa de chá)
Não precisas de começar já a estudar, aproveita para passear :P
Puxa filhota, "ele" é mesmo mau!
Cá para mim, chegada a Aahrus molhada... estadia abençoada!:)))
Jocas,
Any
Sho Sho!!!
Um dia destes apareço por aí =P
Faço-te uma surpresa =P
hehe
beijinhos
Beeeem : ) que aventura!
Mas olha que isso das viagens se validarem uma vez não é mal de Portugal! É de Lisboa ^^ no Porto já não é assim <3
Diverte-te e vai dando notícias *
Filhota (ou melhor) nétinha
Com que então já em grande na terra de sua Alteza Real, aq rainha Margarida (creio que não estou enganada no nome. Sabes, como convivo com tantas realezas , às duas por três baralho os nomes todos. Bem, seja como for, apesar da recepção chuvosa, (hás-de ter em atenção se ouves algum cavalo rir quando vê o dono sem guarda-chuva. Já agora gostaria de ter a certeza!!, mas voltando à vaca fria, ou seja à chuva, pingando por tudo quanto era sítio, lá te instalaste. E, agora, "siga a Marinha", que é como quem diz, continua a desbravar terreno, fazendo os respectivos reconhecimentos.
Beijocas da avó Tina
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