Na passada sexta-feira, dez alunos de Erasmus de quatro nacionalidades diferentes lançaram-se à aventura; como não era possível levar a cabo a ideia de uma viagem a Hamburgo, conciliaram-se vontades com vista a um objectivo comum: conquistar Copenhaga.
Com os planos delineados em cima do joelho, à boa maneira portuguesa (e não só), a partida ficou agendada para as 6h45 da manhã (seguinte), já com o autocarro e os quartos reservados. Com uns mais organizados que outros e mais aptos a acordar ainda antes do nascer do sol, o grupo ficou completo na estação de autocarros de Aarhus.
Quanto à viagem nada a reclamar: cinco ou dez minutos depois de entrarmos no autocarro (que partiu a horas, naturalmente) chegámos ao ferry; a travessia foi bastante pacata e durante pouco mais de uma hora houve tempo para fotos, segundos pequenos-almoços e, desconfio, algumas sestas. Assim que chegámos ao “outro lado” voltámos para o autocarro e durante sensivelmente uma hora e quarenta minutos, enquanto uns dormiam completamente relaxados, outros encarregaram-se de definir os locais a visitar durante a curta estadia na capital dinamarquesa.
Com o autocarro dominado foi altura de descobrir que carris nos conduziriam ao centro da cidade; e assim, cerca de três horas e meia após termos saído de Aarhus e com menos umas quantas coroas nos bolsos, chegámos ao nosso destino.
Aí, “first things, first”: procurar o posto de turismo, arranjar mapas, localizar a pousada, deixar as malas e tratar do check-in. Ao contrário do que aconteceu com a viagem, a reserva dos quartos deu problemas: devido a uma questão técnica, o sistema operativo da pousada (que nos tinha enviado a confirmação da reserva) não marcou os quartos. Resultado: as “nossas” camas já estavam ocupadas à hora a que lá chegámos.
Depois de algumas questões burocráticas e muitas conversas em inglês e alemão, albergue e alberguistas chegaram a acordo: dois quartos de quatro pessoas (mais uma), pequeno-almoço grátis (em vez de 65kr por pessoa), preços reduzidos devido ao incómodo e não se fala mais nisso. Com a questão resolvida foi finalmente altura de comer – ida colectiva ao Burguer King, que isto de se viver na Dinamarca tem muito que se lhe diga…
O resto do dia foi reservado para passear e fazer o reconhecimento do centro: The Latin Quarter, Strøget, Vor Frue Kirke, København Universitet, Kannikestræde, Guinness World Records Museum, …
Enquanto deixávamos Kongens Nytorv, a praça onde se encontra a estátua do fundador de Copenhaga, Christian V, e entrávamos na famosa Nyhavn, demos de caras com mais dois portugueses. Simplesmente por acaso ou porque todos os turistas visitam sensivelmente o mesmo, encontrei-me com os meus pais, ainda na Dinamarca.
Depois de muitas fotos tiradas e de quilómetros percorridos, acabámos por passar pelo Netto para comprar o jantar. Já com a refeição feita e tomada foi altura de visitar um pub irlandês na Strøget, onde um outro grupo de Erasmus (também da ASB e já nosso conhecido) se entretinha a ver futebol.
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Sábado, para melhor conciliar vontades e ritmos, o grupo dividiu-se. Começando por percorrer o caminho desde a pousada até ao Kastellet, eu e a Julie fomos guardando na máquina e na memória a visão das paisagens que Copenhaga nos reservava. Depois de passarmos pelo Skuespilhuset (edifício do Teatro Real) e pelo Frihedsmuseet (museu da resistência dinamarquesa face à ocupação alemã em 1940-45), acabámos por chegar ao local onde a famosa estátua da “Pequena Sereia” se costuma encontrar. Costuma, porque por esta altura, em vez de estar na Dinamarca, a estátua está na China, numa exposição. Em Copenhaga resta apenas um ecrã que nos mostra a sereia, rodeada de pessoas, num centro comercial de Shanghai.
Com isto visto, passámos os olhos pelo Kastellet e pela Kastels Kirke (Igreja do Castelo). Pela altura em que as raparigas (Charlotte, Hélène e Liss) se juntaram a nós, já não dava tempo para visitar a torre da câmara municipal como planeado. Em vez disso, e porque estávamos mesmo ali ao pé, aproveitámos para ver a troca dos guardas, ao meio dia, em frente à residência real (Amalienborg).
A isto seguiu-se uma subida à Rundetaarn (Torre Redonda), uma refeição rápida, uma ida ao Hard Rock Cafe, uma passagem por Christiania e, por fim, um momento de relaxamento no Kongens Have (Jardim dos Reis).
Quando o tempo começou a arrefecer e o sol desapareceu de vista (algo que acontece mais cedo do que em Aarhus) dirigimo-nos à pousada. Desta vez decidimos comer real food e assim sendo optámos por ir ao RizRaz, especialista em “Steaks & Veggies”, onde o buffet custa cerca de dois terços do preço de um bife.
Já sem conseguir comer ou beber mais (os refills dos refrigerantes eram gratuitos) dirigimo-nos à praça principal e assistimos a um espectáculo de rua improvisado e interactivo. Totalmente arrasados de tanto andar, o resto da noite foi reservado para socializar no bar do hostel, acompanhando a conversa com uma pitada de humor e bebidas pelo meio.
Depois destes dois longos dias, hoje foi altura de regressar a casa, arrumar tudo e preparar as coisas, porque as aulas começam amanhã – para alguns.
E no fim disto tudo, que mais posso dizer? Missão cumprida!
2 comentários:
E se dúvidas restassem de que a Terra é redonda o nosso encontro casual dissipava-as de vez. Beijinhos.
O nosso encontro casual foi...delicioso!
Bom começo de aulas!:)
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