“Foreigners, why are you here? You’re here because of the education or you’re here because of ‘Klubben’?!”
Educação, cultura, recomendação, língua, amizade, experiência, distância, custo, … Muitas são as razões que levam uma pessoa a decidir o destino de Erasmus, mas nem todas chegam a ser completamente racionais. Uma delas é o clima.
“Ah, assim está bem! Se voltasse para Portugal sem ver neve, ficava deprimida.” – aparentemente, o meu comentário levemente exagerado é partilhado por outros, inclusive aqueles mais habituados a estas condições atmosféricas. O que é certo é que isto de ser a primeira vez que vejo neve ao vivo (OK, em ’93 também a vi, mas não é como se me lembrasse… E da outra vez, em Leiria, quando “nevou” durante 15 ou 20 minutos também vi, mas acho que aqueles pedaços de gelo derretido (água fria, vá) não se podem considerar flocos de neve…) tem muito que se lhe diga. Há que aproveitar agora para fazer aquilo que sempre quis fazer e nunca fiz (ou, mais uma vez, que não tenho memória de ter feito), nomeadamente um boneco de neve. Ou um “anjo” na neve. Ou uma luta de bolas de neve. Ou andar de ski. Ou simplesmente aproveitar a vista e tirar fotografias…
Com isto em mente, no regresso das aulas, e depois de ter passado pelo supermercado para abastecer a dispensa, ignorei o frio (“feels like: -6ºC”), peguei na máquina fotográfica e lá fui à procura de um sítio que não tivesse sido já pisado. Depois de uns momentos não pude resistir mais e a vontade de aprender apoderou-se de mim. Não, não voltei para casa para acabar a minha essay sobre o sistema de saúde dinamarquês; meti mãos à obra e fiz o meu primeiro boneco de neve – ou o primeiro que me lembro de fazer.
Não está fantástico, mas tal como o de ’93 (segundo as fotos) é pequeno e tem chapéu. É totalmente biodegradável, ecológico e amigo do ambiente. A margem para melhorar é também notória e intencional – afinal, tenho um mês para gerir e chegar à perfeição.